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Que oportunidades surgem com a adoção de um registro digital e nominalizado de estudantes?
Especialistas e estudiosos refletiram sobre as possibilidades, os desafios e as lacunas dos registros digitais e nominalizados, que ainda são incipientes na região, em um seminário virtual organizado pelo IIPE UNESCO e pela UNESCO Santiago.
Que oportunidades surgem com a adoção de um registro digital e nominalizado de estudantes?

Na terça-feira, 21 de maio, foi realizado o seminário virtual "Registros nominalizados de estudantes: usos no planejamento educacional". O encontro reuniu mais de 350 servidores públicos, representantes de organizações internacionais, membros do terceiro setor, centros de pesquisa acadêmica dedicados à educação e profissionais do setor educacional de 21 países. 

O evento foi realizado no âmbito da Comunidade de Especialistas em Dados para o Planejamento Educacional, uma iniciativa conjunta da UNESCO Santiago e do IIPE UNESCO.

Principais conclusões

Durante o evento, representantes da Colômbia, Honduras e Uruguai apresentaram suas experiências nacionais para refletir sobre o uso de registros nominalizados de estudantes em nível regional. As apresentações serviram como ponto de partida para a discussão e o intercâmbio entre o público e o painel.

Alejandro Vera (Chefe da Unidade de Monitoramento e Planejamento da Educação da UNESCO Santiago), no início do evento, apresentou uma visão geral das tendências regionais. Durante a pandemia, os registros nominalizados desempenharam um papel crucial em muitos países, facilitando a organização da educação durante o confinamento e permitindo o monitoramento da abertura e fechamento de escolas nas diferentes fases da crise.

Além disso, Vera destacou que os registros nominalizados contribuem significativamente para o fortalecimento das políticas educacionais, pois sua implementação produz informações de maior qualidade.

Em nível regional, esses aplicativos de política educacional tiveram um desenvolvimento incipiente em alguns países, mas apresentam um enorme potencial para usos futuros de informações, contribuindo assim para melhorar a qualidade, a equidade e a inclusão educacional.

"A grande contribuição dos registros e sistemas nominalizados de estudantes é que eles possibilitam uma nova maneira de fazer políticas educacionais"

Alejandro Vera, Chefe da Unidade de Monitoramento e Planejamento da Educação da UNESCO Santiago

Em seguida, foram apresentadas as experiências do Uruguai, Honduras e Colômbia no desenvolvimento e uso desses registros para a elaboração de políticas educacionais.

Gabriel Gómez Sosa, Diretor da Divisão de Pesquisa e Estatística do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai, apresentou pesquisas sobre trajetórias escolares, caracterização do ingresso em carreiras de ensino superior e diagnósticos de analfabetismo na população adulta privada de liberdade. Esses estudos foram possíveis graças ao Sistema de Informação Integrada da Área Social (SIIAS), um serviço de informações sociais que integra dados e registros administrativos dos órgãos responsáveis pelas diferentes políticas sociais no Uruguai.

Por outro lado, Eivy Doris Zelaya, coordenadora do SART na Unidade do Sistema Nacional de Informação Educacional de Honduras (USINIEH), aprofundou-se no Sistema de Alerta e Resposta Precoce (SART por sua sigla em espanhol). Essa iniciativa monitora indicadores educacionais, como taxas de acesso e retenção, bem como indicadores sociais, como perfis de vulnerabilidade devido à migração irregular.

"Os sistemas de informação não são um fim em si mesmos, mas um meio para a elaboração e o monitoramento de políticas públicas",

Gabriel Gómez Sosa, Diretor da Divisão de Pesquisa e Estatística do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai

Por sua vez, Nicolás Ramírez, assessor estatístico do Ministério da Educação da Colômbia, apresentou o Observatório de Trajetórias Educativas. Esse projeto trata da evasão escolar, em que um registro nominalizado permite identificar os fatores associados e, assim, implementar estratégias de políticas públicas para reverter seu impacto.

Por fim, Nancy Montes, pesquisadora do Escritório para a América Latina e o Caribe do IIPE UNESCO, apresentou a pesquisa "Sistemas de alerta preventivo: como acompanhar trajetórias escolares inclusivas". Ela destacou as tensões no uso de dados nominalizados em sistemas de alerta preventivo.

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